A prova da não existência de Deus? Parte 3.

Dentro do mundo acadêmico, mundial e das cadeiras de filosofia e teologia, Deus possui diversas visões, o que torna sua compreensão complexa.

“Deus é um círculo cujo centro está em toda parte e a circunferência em parte alguma.”-Victor Hugo.

Apresento algumas perspectivas de maneira simplificada, pois cada uma delas se subdivide em várias, e nenhuma pode ser considerada um Deus que se sobreponha à lógica, razão, estatística e forma filosófica. Cada uma é individualizada, não permitindo uma interação direta com as outras; é impossível entrelaçá-las. Por exemplo:

  1. Deus Teísta: Concebe um Deus pessoal, muitas vezes associado a uma religião específica. Esse Deus é visto como um ente com características pessoais e envolvimento direto com a criação.
  2. Deus Panteísta: Enxerga Deus como uma energia ou presença divina que permeia toda a realidade. Nessa perspectiva, não há uma distinção rígida entre Deus e o universo.

Essas são apenas duas visões básicas, e cada uma delas pode ter nuances e variações significativas. A diversidade de entendimentos sobre Deus é vasta e reflete a riqueza do pensamento humano ao abordar questões metafísicas e religiosas.

As varias faces de Deus.

“Deus, como um poliedro divino, apresenta inúmeras faces, revelando Sua essência multifacetada que transcende as limitações da compreensão humana.”-Mestre Aquila.

No entanto, é assustador observar como aqueles que possuem uma compreensão limitada, influenciados pelo efeito Dunning-Kruger, conseguem misturar e defender tais ideias de forma incoerente. Os religiosos conseguem, com um malabarismo incompreensível, juntar um e mais deuses num só ente; isso é loucura!

Viver esse efeito ou se conter quando se deseja argumentar sobre algo como Deus é uma sabedoria da qual uma pessoa sob o efeito de Dunning-Kruger não está munida. Tudo porque sua soberba supera sua ignorância e desconhecimento; esse tipo de pessoa, ao ser contrariada em seus ideias teológicos limitados, pode também se tornar agressiva.

Prevenir-se contra essa postura é crucial, visto que a combinação da falta de consciência de incompetência com a resistência a aceitar outros pontos de vista pode resultar em discussões teológicas acaloradas e prejudiciais.

Mas para tanto, pense assim e traga o labirinto do Minotauro para sua realidade: é na mente que nos perdemos nesse labirinto. O fio de Ariadne é o conhecimento que te liberta de coisas como esse efeito e a crença que limita. Mas para tanto, a sabedoria está implícita em observar esse fio e o recebermos assim como Teseu.

Quanto vale Deus em um leilão? Quem paga mais e por quê?

Deus não joga dados, mas faz barganhas.

“Não se pode barganhar com Deus. A fé autêntica é uma entrega incondicional, não uma transação.” – Mahatma Gandhi.

O Deus de Mahatma Gandhi não é o Deus monoteísta ocidental, mas o panteísta indiano. Então, de qual Deus estamos falando? Primeiro, descubra o Deus que faz sentido para você e só depois diremos se Ele existe. Não podemos simplesmente dizer que algo não existe sem definir o que é. Isso não é óbvio.

Depois de ver tantas definições do que pode ser Deus, sem falar em uma dezena de declinações, tenho certeza de que vai concordar com Nietzsche: “Deus está morto”.

A Igreja Católica, por exemplo, tem sua teologia formatada há séculos em torno de um Deus do teísmo aberto, e essa perspectiva é aceita sem grande discussão. No entanto, os evangélicos frequentemente promovem uma confusão teológica ensurdecedora e desordenada.

Apresento-lhe algumas faces de Deus.

“Deus é como um poliedro de infinitas faces, cada uma revelando uma faceta única de Sua grandiosidade.” – Søren Kierkegaard

Monoteísmo: A crença em um único Deus, que é único e supremo.

Monismo: A ideia de que tudo é uma única substância ou realidade, e Deus pode ser visto como a única realidade.

Panenteísmo: Deus está em tudo, mas também transcende a realidade do universo. Deus está presente em todas as coisas e também é mais do que a soma delas.

Deísmo: Deus existe, mas não interfere diretamente no mundo após a criação. Ele é considerado como um Criador distante e não pessoal.

Teísmo: A crença em um Deus pessoal que interage ativamente com o universo e com as pessoas.

Teísmo Fechado: A visão de que Deus é onipotente e determina todos os eventos, incluindo as escolhas humanas, de maneira predeterminada.

Teísmo Aberto: A ideia de que Deus é onisciente e onipotente, mas escolhe permitir o livre-arbítrio humano, não determinando antecipadamente todos os eventos.

E o panenteísmo, que é uma junção entre panteísmo e teísmo aberto.

E aí, qual desses deuses existe e qual é real?

Saiba que esses deuses se subdividem ainda mais, e não podem ser um e outro ao mesmo tempo. Qual seria o seu? Não é fácil, eu sei. Mas para cada conceito, teríamos de escrever um livro, pois dentro de cada conceito há uma variação complexa. Não é um arquétipo ou potência; o Deus que de fato existe está além desses conceitos.

Essas categorias representam uma variedade de abordagens filosóficas e religiosas em relação à natureza e à presença de Deus. Cada uma delas possui suas próprias nuances e interpretações específicas.

“O Medo de Deus Não Existir: Uma Reflexão sobre a Incerteza que Suplanta a Possibilidade de Sua Existência.”

“Às vezes, tememos mais a ausência de Deus do que considerar Sua presença.” – Fiodor Dostoiévski.

Essa crença mortofóbica, o medo de morrer e não ter um Deus a quem servir, e morrer pagão (daí o medo de não existir nada depois da morte), é o que conduz as pessoas a seguir religiões e seus líderes deformados.

Essa confusão de divindades frequentemente resulta em conflitos sangrentos, onde não importa qual Deus está sendo defendido; o que importa é proteger a crença pessoal. Isso continua a ter reflexos até hoje, refletindo-se na falta de paz de espírito e em discussões contínuas como a que trago.

Diante desse cenário, torna-se crucial desafiar essas crenças e buscar uma compreensão mais profunda sobre o papel das religiões na sociedade. É responsabilidade de cada indivíduo fazer as perguntas certas, questionar as certezas estabelecidas e contribuir para um entendimento mais amplo e crítico.

A reflexão sobre a existência de Deus é parte integrante desse processo, confrontando não apenas as crenças alheias, mas também as próprias convicções. Um exemplo é quando digo que “Jesus era um Avatar“; isso pode custar-me a vida nas mãos de fanáticos.

Perguntar se Deus realmente existe é um passo fundamental nesse caminho. Ignorar essa questão pode resultar em perpetuar o ciclo de conflitos e intolerância. Aqueles que evitam questionar correm o risco de permanecerem presos em um estado de ignorância, alimentado pelo efeito Dunning-Kruger, que os impede de progredir para uma compreensão mais ampla e crítica.

Eu te pergunto agora: Deus, de fato, existe? E se existe, qual desses conceitos o representa? Você precisa se fazer essa pergunta e se definir.

A imagem abaixo é formada pelos símbolos que os primeiros discípulos de Jesus atribuíram ao Deus judaico e aos dos cristãos políticos e partidários, aliados ao império e sua política de existência.

Este é o Deus para a gnose, conhecido como Yaldabaoth ou Samael(“Yaldabaoth” em copta é “Ialdabaoth” e em grego é “Ἰαλδαβαὼθ” (Ialdabaṑth), um Deus cego e de cegos. O Deus que os judeus chamam de Elohim e os cristãos ortodoxos, os atuais religiosos, obviamente consideram como sendo o Deus verdadeiro.

Não seja um invólucro limitado que segue o fluxo, sem discernir entre crenças. Muitas vezes, observamos esse comportamento nas escolas, onde pais delegam aos professores a responsabilidade pela criação dos filhos, permitindo que eles absorvam influências externas.

No entanto, é nosso dever e direito questionar, entender e definir nossas próprias crenças. Se não fizer essa pergunta certa, corre o risco de se tornar igual àqueles que seguem cegamente, podendo sair desse questionamento ainda doente, contaminado pelo efeito Dunning-Kruger, o mesmo que desafiou a leitura até aqui, apenas para contradizer, seja você ou eu o redator.

Indagações Sobre a Existência: Deus, Sadismo e o Silêncio Divino.

“Até onde vai o sadismo divino? Se Deus existe, talvez seja um sádico que se deleita com o teatro do sofrimento humano.” – Arthur Schopenhauer.

Se você for hoje agora para a terceira maior favela do mundo na Índia e andar com um celular de última geração na mão, nunca será assaltado. No entanto, se formos com o mesmo para Nova York, o lugar mais rico do mundo, será assaltado com certeza. Por quê? Deus ocidental e o Deus indiano, qual a diferença?

Observe como o religioso é infantil e discute questões irrelevantes, como por exemplo, se Deus é bom ou mal. Se é bom, por que uma criança sofre tanto? Assim surge a clássica dúvida: será Ele um Deus sádico que se deleita com o sofrimento humano e a súplica, mantendo-se intencionalmente silencioso?

A base de uma cultura reside na ética e na moral, não tendo relação com riquezas, mas sim com crenças. Crer em um Deus do improviso ou do “me dou bem” faz parte da nossa cultura e reflete a nossa concepção divina.

Para isso, precisamos de um Deus monoteísta ou mesmo teísta. Já os hindus não, pois eles têm um Deus panteísta ou panteísta monista. Eles possuem uma consciência diferente da do ocidental, que projeta em Deus a imagem de um ser divino que irá “passar a mão em sua cabeça” e assumir as consequências de seus atos.

Você já viu um presidiário, antes de roubar ou matar, fazer o sinal da cruz ou pedir proteção ao Deus da nossa cultura? Parece ridículo, mas é real.

A sabedoria aguarda aqueles que buscam além do óbvio.

Uma frase de Dante Alighieri sobre Deus, retirada de A Divina Comédia (Paraíso, Canto XXXIII):
“O amor que move o sol e as outras estrelas.”
(L’amor che move il sole e l’altre stelle.)

Essa frase expressa a ideia de Deus como a força suprema e universal que sustenta e guia toda a criação, sendo uma mente intrínseca a tudo, e não algo externo, como define o Deus monoteísta tradicional. Muitas vezes confundimos o que pensadores como Dante dizem sobre Deus: de qual Deus eles estão falando? A esse exemplo, podemos citar Da Vinci e todos os místicos desses séculos.

Dante é um pensador que busca definir Deus; nós também precisamos fazer isso, não com uma razão cartesiana, mas de forma moral e ética. Devemos compreender quem Ele é para poder nos dirigir a Ele, assim como fez Dante.

Esta frase é do Paraíso, Canto XXXIII, onde Dante descreve a visão de Beatriz como uma manifestação divina:

“A sua beleza fez o céu ser perfeito.”
(La sua bellezza fa lo cielo perfetto.)

Ao ler Dante, podemos pensar que ele escreve à sua amada, pois numa leitura literal vemos apenas o que queremos ou o que nossa cosmovisão permite perceber. No entanto, ele se refere sempre a Deus, e jamais a uma mulher como muitos acreditam. Todos os estudos sobre sua obra indicam isso. Mas não é o “deus de rua” que vemos sendo aclamado a todo momento, e sim uma representação de algo mais profundo e transcendental.

No entanto, em “A Divina Comédia”, Dante passa pelo Inferno, Purgatório e Paraíso, e não busca sua amada, mas busca Sophia ou Deus. Aprender a ler um texto de ocultismo é o que ensino em meu curso.

Pare de ver coisas infantis como os médicos e doutores. Ao citar o pai da medicina, argumentam que seu alimento seja seu remédio. Ele era filósofo e não falava de comida, mas de gnose. Quer aprender para não ser mais um limitado? Estude comigo.

A ideia de um mundo com um único Deus surge no século III e enterra a visão de um mundo que via um Deus cósmico, uma energia eterna que atuava em milhões de mundos incontáveis, iguais a este, com seres iguais, piores e muito mais avançados do que nós.

Isso está explícito em textos cinco mil anos anteriores a Jesus, que mencionam esses mundos, e até mesmo em relação ao átomo e ao tempo atômico, que eram estudados em Alexandria por Jesus e seus seguidores mais próximos.

Ao olharmos para um Deus Uno Panteísta Monista (Brahman), não limitamos a possibilidade de vida fora daqui, nos limitamos quando nos prendemos a um único Deus e a um único mundo. A ideia de sermos o centro do universo é medieval e ultrapassada.

Hoje, sabemos que o universo é habitado por seres pensantes, como relatam os Vedas há sete mil anos. Portanto, a resistência a seres extraterrestres persiste devido à nossa visão medieval e antropomórfica de Deus, o que leva a cultura a relutar contra a ideia de vida além da Terra, deixando os ufólogos presos em teorias infantis nas redes sociais.

“Brahman” é uma concepção fundamental na filosofia hindu. Refere-se à realidade última, o princípio e o fim supremo ou o substrato cósmico que permeia e sustenta todos os 1060 em universos.

Concluo com a segunda lei hermética, que Platão transmite bem na alegoria da caverna: “o que está em cima é como o que está em baixo“. Sim, existem parâmetros para Deus; ele é um ou outro, nunca ambos ao mesmo tempo, como já disse. Ele é o ponto de partida, o encontre, e para isso, primeiramente, se encontre em si mesmo. Ele é lógica; você é lógica.

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Aquila

Mestre cabalista cristão, cientista (exegeta) de línguas mortas. Neste blog, utilizando o grego koiné, desmembrarei textos apócrifos e ortodoxos cristãos, e também farei uso do sânscrito para explorar textos védicos, como por exemplo a Bhagavad Gita. Prepare-se para uma jornada que desafia sua mente e remodela sua estrutura de conhecimento em relação às crenças limitantes.