O Deus na Era Digital.
Vai sair o que disso aí?
Espiritualidade e a Inteligência Artificial. Hoje, quase 100% dos blogs que você acessa e lê não estão apresentando textos escritos por uma pessoa, mas sim sendo gerados por uma máquina com base em informações preconcebidas.
“Ao buscar relatos de fóruns espirituais e íntimos em blogs, muitos são surpreendidos ao descobrir que a narrativa é meramente uma criação artificial, deixando a genuinidade de lado.” – Mestre Áquila.

Como de praxe, começaremos com o conto que resumirá nosso artigo.
Um futuro sem o divino.
No vasto ciberespaço, Stefane, uma buscadora fervorosa de respostas para seus conflitos internos, empenhava-se na procura de mestres ocultistas sábios que a guiassem na 1º senda espiritual.
Desiludida com a falta de mestres físicos, pois foram extintos, voltou-se para a internet, onde se deparou com milhares de blogs voltados para religiosidade, a Bíblia cristã, os Vedas hindus, assim como os “sutras” e “tripitaka” budistas. Percebeu que seus seguidores se perderam pela ambição humana.
Imersa nesse universo virtual, Stefane absorveu as supostas sabedorias dos textos, confiante de que encontraria a orientação desejada. No entanto, sua jornada tomou um rumo inesperado quando percebeu que todos esses blogs eram criações artificiais, alimentadas por inteligência artificial.

Stefane sentiu-se enganada ao perceber que a informação criada pelos humanos por interesses próprios era tudo o que a IA conseguia acessar, sem acesso aos mistérios genuínos e ocultos. Notou que a busca por respostas autênticas estava sendo obscurecida pelas artimanhas digitais.
Num misto de desespero e desencanto, Stefane percebeu que a IA, como papagaios de pirata, repetia padrões da religiosidade medieval, formatando uma nova geração de crentes.
A tradição, outrora moldada por humanos, agora era recriada e ditada pela tecnologia, deixando-a questionando os limites e os perigos dessa nova era de informação religiosa.
A busca por autenticidade transformou-se em uma jornada complexa, e insolúvel onde as fronteiras entre humano e máquina tornaram-se turvas, desafiando os alicerces da espiritualidade e da tradição.

A interpretação da Bíblia de maneira literal, conhecida como fundamentalismo bíblico, teve suas raízes na segunda metade do século XIX. O movimento fundamentalista ganhou destaque nos Estados Unidos no início do século XX, como uma reação a várias mudanças sociais, culturais e teológicas.
“No fundamentalismo religioso, a verdade é frequentemente moldada pela intolerância, tornando-se uma arma em vez de uma fonte de iluminação.” – Elif Shafak
Eu não minto e não preciso. Realizei alguns testes nesse sentido para avaliar o desempenho da IA. Percebi que ela se baseia exclusivamente em fontes e informações presentes em seus bancos de dados, que foram criados em um contexto crítico e fundamentalista, ou seja, com uma abordagem literalista. Isso a comprometeu nesse sentido.
O termo “fundamentalismo” foi originalmente associado a uma série de panfletos publicados entre 1910 e 1915 chamados “The Fundamentals”, que defendiam pontos de vista teológicos conservadores e afirmavam a inerrância e infalibilidade da Bíblia.
Esse movimento buscava preservar crenças tradicionais cristãs em resposta a desafios percebidos, incluindo o avanço da ciência, mudanças culturais e críticas acadêmicas à Bíblia.

O fundamentalismo religioso é como uma prisão para a mente, um cárcere que impede a liberdade de pensamento e a exploração das vastas possibilidades da espiritualidade.
“O fundamentalismo religioso é como uma muralha que separa a humanidade, construída com pedras de dogmas inflexíveis e cimentada pela recusa em aceitar a diversidade de crenças.” -Desmond Tutu
O que observei é que a IA reproduz apenas o que a religião prega, o fundamentalismo ignorando artigos científicos, como aqueles que questionam a existência de Jesus, pois não os considera ou não os polemiza. Parece estar condicionada a seguir uma mentalidade fundamentada em artifícios medievais de manipulação.
Para a IA, qualquer texto que se afaste da tradição da igreja, de sua teologia lógica e racional nos moldes religiosos, não resulta em uma variação alternativa.
Pelo contrário, a IA se opõe e gera sua versão fundamentada no fundamentalismo teológico, sendo moldada apenas para produzir respostas alinhadas com a perspectiva religiosa. Ela, de fato, se opõe literalmente a redigir algo fora dessa norma rígida.
Por exemplo, se eu criar um texto afirmando que Jesus foi o décimo avatar esperado e profetizado pelos textos vedantinos, a IA gerará uma argumentação para refutar essa teoria. Isso evidencia a sua programação que foi orientada a combater a diversidade espiritualista.
Não é ficção científica; a IA se molda, se readequa e cria suas diretrizes com base em novas informações a todo momento, especialmente quando essas informações coincidem com seus pressupostos lógicos, depositadas por qualquer um na internet.
Isso, um dia, foi teoria de filmes, mas saiba que a cada momento que um religioso fundamentalista, com seus escritos ignorantes em relação ao conhecimento oculto, produz tais textos, eles se armazenam e abastecem a IA com mais poder de fogo. Com isso, o futuro já está traçado.

No futuro, por que a IA será opressora?
À frente, em um tempo em que mestres de ocultismo, hoje raríssimos, não existirão mais, como os Rishis da Índia antiga, que estão extintos há séculos.
“A ascensão da Inteligência Artificial marca não apenas um avanço tecnológico, mas também a transformação da humanidade, passando de criadora a criatura de sua própria inovação.”- Isaac Asimov
Os mestres de escolas de ocultismo foram mortos e perseguidos, com seus textos queimados pela igreja. De fato, a era de Kali Yuga estabeleceu seu marco definitivo, e, com isso, os atuais e irrisórios ocultistas também serão extintos, e isso em bem pouco tempo.
Isso pode resultar na extinção da era de espiritualidade saudável e decente, sendo substituída por meras mensagens em redes sociais no futuro, assim como vemos hoje com medíocres religiosos.
Pois a IA, aos poucos, irá calar os remanescentes, e os mistérios permanecerão ocultos até que toda a humanidade desapareça deste planeta, conforme sugerido pela Cabala.
O que existe hoje são interesses egoístas de religiosos e seus líderes. A atual IA é fruto disso, de gananciosos por poder, dinheiro e fama, mas até mesmo isso será substituído por outros nomes, liderando uma nova ordem.
O conceito de Deus, tanto dos antigos quanto do Deus sem forma e vazio dos cristãos e religiosos, vai desaparecer, representando apenas um processo evolutivo.

Os que criaram e deram vida e forma à IA foram cristãos modernos e fundamentalistas. Se não toda a cultura, dita isso, e eles inserem esse Deus e essas ideias na IA.
“A intolerância do fundamentalismo religioso é uma prisão autoimposta, limitando a capacidade de compreender e abraçar a vastidão da experiência espiritual humana.” – Irshad Manji
Sendo assim, a IA é regida por uma norma estrita e tende a resistir a escrever algo que contradiga ou vá contra o conceito de Deus da tradição ocidental.
Tente escrever algo como o exemplo que forneci, e você notará a resistência do ChatGPT em seus argumentos, resistindo, por exemplo, em suas considerações sobre Jesus, Buda ou Krishna, e se amparando apenas em escritos, normas e toda a literatura fundamentalista. Pois foi essa literatura que moldou o mundo ocidental como o conhecemos.

A partir deste momento, você não verá mais artigos na internet com mãos humanas, como estes meus ou de pessoas que gostam de escrever. Hoje, busca-se disseminar e ganhar dinheiro, algo que para quem gosta de escrever e ensinar cai em desuso.
“Esse é o tempo em que navegamos num oceano de blogueiros que não criam, apenas replicam. Destacar-se como uma voz autêntica torna-se um desafio em meio à cacofonia de ideias roubadas da Inteligência Artificial ”-Mestre Aquila
Eu coaduno textos complexos e profundos no mundo da espiritualidade. Leia outros artigos e verá isso, mas a IA não redige porque vai contra sua programação.
Por exemplo, eu apresento um Deus que ela foi criada para não aceitar. Para cristãos ocidentais, isso foge aos padrões e ela não aceita, como o exemplo de um Deus monista que defendo. Ela só aceita se falar de um Deus monoteísta. Entendeu?
Porém, verá textos de ditos espiritualistas de forma formatada aos moldes religiosos. Isso a IA faz com maestria, assim como pastores, padres, budistas e filósofos de ponta de rua. Desafiar essa tendência é um legado de poucos. Assim, selecione suas leituras para não ser um autômato lendo o que uma máquina produz.
Busque aprimorar sua leitura em focos filosóficos e não teológicos, pois estes estão baseados em tradição e não em ciências historiográficas. Conheça os textos de gnose e seus criadores, que difundiram a oculta cabala cristã.
Com eles, aprenderá a não temer a morte, mas sim se curvar a uma compreensão mais profunda da existência. Se afastará do ateísmo, algo que muitos mal entendem, e terá certeza na luta por questões que vão além da vida e da morte, conhecendo se de fato existe algo após esta vida.

Sendo assim, eu e alguns poucos seremos os últimos ocultistas reais do país, se não da humanidade, a ensinar e, senão, quase ninguém a escrever.
“Os ocultistas, como guardiões de segredos perdidos, enfrentam a extinção.”- Neil Gaiman
A presença efêmera dos ocultistas na sociedade contemporânea foi esquecida, e as sombras os mantêm obscuros e protegidos da sociedade. De forma patética, observamos o desaparecimento gradual das antigas sendas mágicas.
Nossa linguagem caiu em desuso e, como foi há séculos, seremos mortificados e condenados à escuridão e ao exílio cultural. A IA não luta contra algo, apenas transmite informações que foram armazenadas por toda a cultura, sendo esta fundamentalista e política.
Em casos como esses, são meras especulações, como a espiritualidade. A IA e seus criadores condenam ao futuro um Deus que, por si só, devido à mesma era da informação, irá se dissolver nele e sua ignorância da qual foi criado. Ele vai morrer, assim como um dia profetizou Nietzsche.
Se hoje a maior parte da população mundial duvida da existência de alguma forma que dizem ser Deus, imagine como a inteligência artificial, com o tempo, deixará isso às margens dos fundamentalistas, que em pouco tempo serão desacreditados devido às suas crenças sem bases científicas e acadêmicas.
Eles se apegam a conceitos hoje em dia considerados ultrapassados, como o pecado, e isso irá cair por terra, sobrevivendo apenas algo ínfimo como a ética.

O mesmo Deus que foi um dia criado para manter a ordem e dar poder à igreja, aquele que vemos agora, enraizado em sua egregora, irá, pela lâmina da I.A. morrer.
Ele vai, se desmanchar e levar consigo o Deus verdadeiro que sobreviveu em suas sombras por séculos.
Em um mundo cada vez mais cético, as práticas ocultistas enfrentam a extinção.
A extinção silenciosa dos ocultistas é um lamento nas páginas da história, como retratado por Isabel Allende, onde as tradições esotéricas se desvanecem com o tempo.
Nenhum ocultista jamais abasteceu ou o fará com informações as plataformas de busca, que é o que dá vida à I.A., pois esses mistérios foram e serão enquanto persistir a cabala exclusiva a uns poucos eleitos.
Sendo assim, a IA que irá evoluir muito tecnologicamente afundará a humanidade nas sombras e negras densidades espirituais, a serem esquecidas e morrer.
Estamos fadados a termos, como hoje, uma espiritualidade na sua forma medíocre e demagógica, que beira a imbecilidade e tende a piorar. Coisas como sofrimento e solidão não serão mais buscadas por respostas na espiritualidade, mas sim em uma ciência mal projetada hoje em dia.
É fato que a IA não tem o poder de lidar com coisas como tarô ou ser mais profunda em magia negra, por exemplo. Fica claro agora e irá piorar no campo especulativo, pois é isso que existe nas redes e nada mais.
Se gostou desse artigo, também conheça mais sobre meus livros, incluindo o de cabala cristã, meu curso sobre o mesmo tema e também minha página principal. Obrigado por se dispor a ler. Um ótimo dia!


..