O que é o espírito dos mortos? O que é a alma humana? O que de fato seria o espírito de uma pessoa morta e qual a sua verdadeira imagem?

Tudo que eu posso te dar é solidão com vista pro mar.


“O espírito é a canção eterna que ecoa nas profundezas do humano.” – Hermínia Silva.

O espírito dos mortos não é nada do que você entende da visão espírita ocidental com ideologia medieval. Pelo contrário, utilizando textos e ensinamentos de escolas de ocultismo com mais de 2000 anos, vou te mostrar se existem e, se existem, como realmente são nossos espíritos e suas formas reais após a morte.

Nosso corpo abriga a alma, a consciência e a mente. E o que seria o espírito? A consciência é o resultado do Deus essência infinito, e nossa consciência é sua expansão. Daí dizem que somos deuses. A alma está presente nas plantas, animais e até mesmo na terra. Daí filósofos chamaram Deus de ‘alma do mundo’.

“É habitual começarmos nossos artigos sempre ilustrando-os com uma história dentro do contexto. Então, vamos primeiramente a ela:”

O Manto do Espírito: Segredos Revelados nas Ondas do Mar

Em suas férias, no meio da paisagem mágica à beira-mar, com o crepúsculo pintando o céu, Edilson caminhava na penumbra que se formava com o entardecer.

Inebriado pelo som das ondas e pela brisa suave, ele se perdia em pensamentos profundos sobre o misterioso espírito que todos mencionavam existir dentro de nós, algo idêntico a nós. O que seria então o Espírito dos mortos?

Foi então, a alguns metros, que Edilson percebeu uma pessoa caminhando quase ao seu lado do nada. Ele se assustou, mas não deu muita importância. Mais tarde, essa pessoa se apresentou como um mestre ocultista, manipulador de magias antigas das escolas de mistérios contemporâneas a Jesus.

Este sábio, confessou com olhar triste, que fora condenado a caminhar peregrinando nesse planeta. Teria, para isso, de cumprir a sentença de bilhões de encarnações, tudo com o propósito de disseminar ensinamentos, oferecer oportunidades para as pessoas galgarem na espiritualidade e ensinar mistérios ocultos.

Nesse nosso tempo, era quase impossível devido a se ter perdido muito pelas areias e mortes de ocultistas ao longo do tempo, e assim passou a ensinar na terra.

Mesmo nessa dura pena do seu cárcere terreno, seus olhos ainda assim refletiam a luz da lua como que nascendo. Ao andar ao lado de Edilson, ele lhe ofereceu respostas que transcendiam sua única vida.Com uma voz serena e carregada de mistério, o mestre começou a desvendar os enigmas da alma e do espírito.

Ele explicou que a alma era como uma dança eterna entre a luz e a sombra, uma essência que transcende o tempo, um fio de luz que ecoa universos infinitos e nos liga à essência primária, a alma do mundo, e não à ideia de um deus criador.

Enquanto o espírito era a chama divina, um manto banhado em pedras preciosas, “Soma Pneumatikon”, assim como os ocultistas da gnose sempre nos tentaram ensinar, que tem o poder de nos fazer viajar pelo universo e entre as camadas de mundos em paralelos, nos dando esperança de entrarmos no pleroma eterno.

Esse manto é o veículo que habita em cada ser humano; se tem combustível é a questão, e esse combustível são as joias preciosas, e o mestre disse que essa ideia está no texto judaico Êxodo 28:2-4. Isso é espírito dado pelo Ein Sof (אין סוף), o infinito.

Edilson, absorto nas palavras do mestre, sentia como se as respostas estivessem se desvelando nas ondas que beijavam seus pés e a costa enquanto a noite caía, e ele parecia não estar nessa realidade. Tudo à sua volta parecia se contorcer como se estivessem numa outra dimensão. Edilson absorvia cada palavra, tentando compreender o significado mais profundo da alma e do espírito que habitavam seu ser.

O mestre ocultista, como um farol em meio à escuridão, guiou Edilson através dos mistérios que envolviam a existência humana, ensinamentos que não podem vir a público, que mais tarde se revelarão se Edilson assim escolher.

Essa história chegou aqui pelo próprio herói de nossa estória. O entendimento da alma como a centelha eterna e do espírito como a conexão divina o envolveu como a suave brisa noturna. Ao final da conversa, Edilson se viu enriquecido com uma compreensão mais profunda de si mesmo e do mundo que o cercava.

O mestre, como se desaparecesse na névoa da noite, deixou Edilson com um sentimento de gratidão, cheio, fluindo, trasbordando energia pulsiva e quase palpável, e a certeza de que a jornada para desvendar os mistérios da alma e do espírito era um caminho iluminado pela sabedoria ancestral.

E Edilson, por fim, resolveu se entregar a essa sabedoria da gnose (γνῶσις).

Nosso corpo possui três divisões neurofisiológicas: o neocórtex, o sistema límbico e os instintos reptilianos, além da consciência. Isso a ciência aceita, mas e sobre a mente além da divindade.

As divisões do cérebro são como capítulos de um livro, cada um revelando uma parte única da narrativa complexa que constitui a mente humana.” – Mestre aquila

O ser humano é complexo, mas integrado, e possui dimensões distintas. Não devemos confundir a mente com a alma e o espírito; é crucial ter isso claro.

O cérebro pode ser comparado a um aparelho, semelhante a um rádio, onde a mente é como as ondas do ar, a atividade de energia que permeia e, como carga elétrica do cérebro, forma pensamentos.

Em meio à complexidade intrincada da experiência humana, deparamo-nos com a mente, a consciência, o cérebro, o pensamento, a alma e o espírito.

Até mesmo considerando a perspectiva de sermos divididos em sete corpos, somos confrontados com um mosaico intricado de elementos que desafia nossa compreensão.

Nessa intricada tapeçaria, a busca por compreender as interconexões entre esses componentes se torna uma jornada fascinante e desafiadora.

O que de fato seria o espírito de uma pessoa morta e quais imagens eles têm?

O espírito é a veste que envolve todos os nossos sete corpos, mas e a mente?

“Somos sete corpos tecidos em um só ser, cada um uma nota na sinfonia da existência.”- Rabindranath Tagore

Nos ensinamentos milenares da tradição indiana, os sete corpos são vistos como veículos da alma em sua jornada espiritual, e o espírito tem o poder de envolvê-los como um manto. No fim, eles respondem sobre qual o sentido da vida?

Infelizmente, as pessoas vivem como se moldassem suas vidas, como em um filme de ficção onde a morte é romantizada e se existe ou não vida após a morte. E em questões infantis como se Deus existe ou não. Com isso, perde-se tempo dizendo “acredito” e não “acreditado”, sempre em cima do muro.

Ficando nessa inércia devido ao fato de essa espiritualidade pós-moderna ser vista como um conto de ficção. Sem se posicionar e investir em sua espiritualidade, que deve ser concentrada em estudos profundos e não em seguir gurus da internet, pastores ou padres com falácias e tentativas de respostas fúteis. Isso causa danos enormes com prejuízo à sua evolução.

Encarar a realidade, que é fatídica e difícil, e que a espiritualidade deve ser conquistada a duras penas, é algo que se vê nas escolas de mistérios antigas já mortas.

Mas por sorte ou destino, nos deixaram legados como seus ensinamentos em textos de línguas já mortas. Por isso, hoje vivemos à luz de uma realidade pseudo-espiritual.

Quanto a conceitos básicos, ficam discutindo sem de fato nem saber o que é, e nunca definiram isso por incompetência. Uma delas é sobre o que seja o nosso espírito, pois procuram esse entendimento em romances infantis de espíritas criados há cerca de 200 anos no espiritismo.

Temos um cristianismo para crianças, que é mais algo igual à visão espírita kardecista, que vê o espírito como eles. Isso é infantil frente às escolas milenares, a exemplo de textos das centenas de escolas de gnose (γνῶσις) e judaicas.

Sejamos embasados ao olhar a realidade. Para tanto, como outra via, apresento a verdadeira sabedoria cristã, uma espiritualidade moderna à luz da antiga e milenar gnose. A Cabala Crista.

Por isso, tratarei sobre o que é o espírito do ser humano à luz dos textos de gnose. Devido ao espaço, usarei apenas um pequeno trecho, embora existam milhares de outros textos. Neste artigo, focarei especialmente no Evangelho de Tomé.

Não se pode ser um ser pensante e emocional motivado por amores, sentimentos e os sentidos humanos depois de deixar a matéria. O cérebro e a mente, que coordenam tudo, morrem com emoções e sentimentos.

“Manter os pés no chão e a mente nas estrelas é a essência da sabedoria.” – Oscar Wilde

O espírito não possui esse emocionalismo, não sente solidão nem sofre por algo ou qualquer coisa, ao contrário da mente humana, que é exclusiva da matéria biológica. A mente é algo racional, a consciência é algo ponderado e movido por ética e moral, o que não é o que se vê, mas numa ampla visão grega antiga.

O que é a mente? Todas as imagens que o cérebro é capaz de criar pela memória e assimilar informações têm o poder de criar pensamentos.

O pensamento está intimamente ligado às emoções e sentimentos, dando vida e funcionamento ao cérebro, e isso cessa na morte. O atributo de pensar pertence ao cérebro, não ao espírito.

Portanto, não temos a capacidade de pensar após a morte, como defendem de maneira infantil os espiritualistas e todos os religiosos cristãos. Mas, com a consciência expandida, temos a compreensão do que ainda nem sonhamos em perguntar, um amplo entendimento do todo. Isso é se morrer com a mente expandida.

O cérebro responde ao ambiente quando acessado por ele, não possuindo controle próprio, algo semelhante ao livre arbítrio.

Quando tentamos controlar outros, perdemos a autodeterminação, resultando em experiências boas ou ruins, evoluindo através da dor ou não.

Dessa forma, expandimos a consciência, que é a salvação da alma. Sendo a salvação resultado de dor e sofrimento no percurso de experiências.

“Consciência é a testemunha silenciosa e constante de todos os nossos pensamentos e ações; é o farol interior que guia nossas escolhas na jornada da vida.” – Deepak Chopra

E alma é o espírito? Não. A forma como experimentamos as coisas é única e pessoal, dependendo da nossa visão e relação com a realidade tridimensional.

No mundo quatro-dimensional, o espírito não interpreta a realidade de maneira única; a experiência é coletiva, com uma visão infinita e ampla, diferente da experiência humana, que é pessoal, única, intrasferível e peculiar.

Cada pessoa tem uma experiência diferente de um mesmo fato. No caso do espírito, isso não ocorre devido às limitações humanas. Essa é a razão de nossa existência. Viemos aqui para ter experiências, expandir e obter a libertação da alma em estado de larva, transformando-nos em uma borboleta espiritual.

Espírito dos mortos, o que é? E como se parecem?

Se parecem como a Bíblia e textos dos mortos nos dizem, como um manto com pedras reluzentes de luz, e não uma imagem da pessoa que morreu. Isso é tolice ocidental.

“Se vês a veste de alguém, tirai a veste dele e ponde-a diante dele. Se tornares a veste dele, então ele te seguirá.”- Evangelho de Tomé, Logion 37:

No grego, Tomé está falando sobre vestes de luz, isso faz parte da cabala cristã e tenho um curso só sobre isso, representando o espírito, sem ter conotação moderna kardecista. Quando lemos esses textos, percebemos que eles imaginavam o espírito à luz de nossa imagem do corpo terreno, mas não.

Jamais ao mencionarem espírito ou vestes (ἱμάτιον) eles falam sobre de fato o que seria espírito e ilustram a luz das roupas sacerdotais dotadas de pedras preciosas, que seriam as conquistas da evolução humana.

Na morte, você não é seu reflexo no espelho. Pense que até esse enruga e deforma. Como teria sua imagem na morte?

Mas pense nessa imagem acima, sei que é assustador, mas não é. É sobre essência, minha e sua. Ela nunca será assustadora. O desenho é mera ilustração.Agora, vamos falar sobre o pneuma, espírito, ou o que alguns confundem com energia vital.

Energia vital está, por exemplo, ligada a se manter vivo e o que faz isso acontecer. Eu, por exemplo, defendo que o vegetarianismo é uma forma de manter essa energia, em comum acordo com a espiritualidade, e que o consumo de animais mata primeiro não só biologicamente, mas primeiramente espiritualmente.

Em Gênesis, o Deus Elohim sopra o pneuma, essa energia vital, o prana hindu, sem colocar nele o espírito ou alma. Há algo chamado de vestes de luz ou espírito, que discuto em detalhes no meu livro sobre vegetarianismo e espiritualidade, único no gênero.

Para explicar o que é espírito, vou utilizar escolas de mistérios e ocultismo pré e pós o tempo de Jesus, como as escolas de mistérios órficos, o culto a Deméter, as pitagóricas, as Eleusinas, que influenciaram e deram forma ao cristianismo e à Cabala cristã.

Somente nessas linhas de mistérios encontramos respostas, e como sempre enfatizam, está nas leituras de línguas mortas.

Existem quatro etapas de leituras, e apenas um exegeta tem a condição de realizá-las. Nos textos, como o Evangelho de Felipe, obtemos a resposta sobre o que é o espírito do homem.

Os gnósticos, um termo que deriva de “gnose”, referindo-se ao conhecimento transcendental, não é pejorativo. Eles formaram suas crenças incorporando influências de diversas escolas de mistérios gregas e egípcias na Cabala que Jesus nos apresenta.

Nesses ensinamentos, encontramos respostas sobre o que seria esse espírito que nos reveste, sobrevive à morte e faz a passagem no mundo das sombras. Esse conceito que trago suplanta até os ditos ateus e suas pressuposições racionalistas.

Somente com essa veste ou espírito em luz resplandecente e consciente poderá entrar nos portões do Pleroma. Digo que o mundo pós-morte não é o mundo espiritual; é apenas outra realidade.

“O pleroma é a totalidade divina, a plenitude cósmica que permeia todas as coisas. É a fonte de tudo o que existe, o oceano infinito de potencialidade divina que flui através de cada partícula do universo.”-Mestre Aquila

O mundo espiritual, de fato, é a fuga da roda de samsara e seria o Pleroma.

Os gnósticos, em sua tradição, referem-se frequentemente a uma “Veste de Luz” ou a um “Manto de Luz” por meio do termo “Soma Pneumatikon” ou “Corpo Espiritual”.

Essa expressão reflete a ideia de um veículo espiritual ou corpo incorruptível associado à realização do conhecimento gnóstico ou da gnose. Espírito de mortos é o espelho da centelha cristica; o Cristo complicou, não vou entrar muito nisso.

O “Soma Pneumatikon” é considerado um veículo para a alma que transcende a natureza material e é muitas vezes associado à libertação espiritual.

No Evangelho de Marcos, Jesus se transfigurou-se diante deles, mostrando a verdadeira essência do que somos. Ele mostrou a forma corpórea de um espírito (Mc 9:1-4).

Temos que considerar que as pessoas ditas racionais são tão insuportavelmente imbecis que acreditam que o espírito de uma pessoa morta é igual a ela em vida, uma cópia.

Isso é romantismo medieval dito espiritual e nunca foi assim. Querem ver fotos os racionais, daí criam ideias românticas sobre isso. Ponha os pés no chão e evolua sem fórmulas e crendices medievais.

Conheça ainda meus artigos sobre magia negra, tarô, turistando em nosso blog. Obrigado por ler; que lhe ajude a entender de fato o que é espírito, aos olhos das escolas de mistérios, desde Alexandria até o oriente hindu.

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Aquila

Mestre cabalista cristão, cientista (exegeta) de línguas mortas. Neste blog, utilizando o grego koiné, desmembrarei textos apócrifos e ortodoxos cristãos, e também farei uso do sânscrito para explorar textos védicos, como por exemplo a Bhagavad Gita. Prepare-se para uma jornada que desafia sua mente e remodela sua estrutura de conhecimento em relação às crenças limitantes.