“Quem estiver sem pecado, que atire a primeira pedra.”Evangelho de João8:7
“Que aquele que nunca errou não apenas atire a primeira pedra, mas também compartilhe a sabedoria que o manteve inabalável.” – Mahatma Gandh

Eu sou vegano e, há algum tempo, atrás, escrevi um livro único no gênero, com 300 páginas, sobre ‘O Vegetarianismo e a Espiritualidade’. Meu foco aqui não é ditar regras sobre como ser, apontar defeitos ou benefícios para a saúde, ou qualquer outra coisa, muito menos receitas. Nem mesmo dizer quem é mais evoluído ou mais militante pela causa dos animais. Eu trato, neste curto artigo, sobre a relevância de ser vegetariano/vegano para o mundo espiritual.
A parábola “A Cidade dos Cegos”, frequentemente atribuída a H.G. Wells, é uma narrativa que aborda a resistência a novas ideias. Aqui está uma versão da parábola:
“A Cidade dos Cegos”

Em uma cidade remota, todos os habitantes eram cegos de nascença. Não conheciam a visão e viviam em um mundo de completa escuridão. Um dia, um homem que enxergava chegou à cidade. Ele tentou explicar a existência da luz, do sol e das cores, mas os cegos não podiam compreender, pois não tinham referência para entender o que ele dizia.
Os cegos argumentaram que se algo não podia ser tocado, cheirado ou ouvido, então não existia. O homem que enxergava tentou em vão descrever a beleza de um pôr do sol, as nuances das cores e a vastidão do horizonte.
Desanimado, ele percebeu que não conseguiria fazê-los entender algo que nunca haviam experimentado. Eles, por sua vez, zombaram dele, considerando-o louco. Então, o homem que enxergava partiu, deixando a cidade dos cegos na escuridão.
Leitor, vou começar te deixando perplexo e dizendo: ‘Esse cara é louco.’ Mas digo e provo, os animais não deixam com que a crueldade e covardia das pessoas, sejam quem for que os mate, os torture e mesmo que os coma, saiam impunes. E você logo vai pensar que tem alguma lógica, afinal, a carne animal causa câncer e faz com que ele seja mais agressivo, entre outras mais de 200 doenças. E vai dizer que, de fato, eles deixam esse legado. Mas vou dizendo, isso é o mínimo que deixam como legado, pois as consequências não residem só no corpo físico.
Somos constituídos de sete corpos, e toda sociedade de ocultismo sabe e estuda isso. O segundo, logo imediatamente ao biológico, é o prânico. O nome já diz, constituído de prana, conceito indiano para essência ou força vital. Nele, há veias idênticas às do nosso corpo físico. Na verdade, ele é uma réplica em energia do biológico.

Essas veias, chamadas pelos orientais de nadis, fazem com que não só se mantenha em equilíbrio o corpo sutil, mas também o físico. A energia vital que circula nas nadis, nas veias etéreas, quando invadida por estresse – resultado da morte dos animais, carregando uma energia densa e negativa proveniente da dor, sofrimento e torturas – não só abalam, mas rompem muitas dessas nadis, entupindo-as, à semelhança das veias do corpo físico. Isso resulta em infarto e morte.
Imagine um estresse provocado por uma irradiação de endorfina surreal, causada pela morte do animal, e você apenas vê um pedaço de carne numa linda refeição. Esse estresse tem o poder de endurecer a carne, tanto é que isso é o que aborrece os mestres culinários.

Olhe, um defunto humano está como um cadáver petrificado. No caso do animal, nós consumimos esse estresse de forma literal e de energia, de dor, medo, raiva, tudo junto, angústia, todo tipo de sensação que antecede a morte. Se não acredita, olhe como fica um animal antes de morrer no YouTube. Eu sei que não vai olhar, pois a pessoa que tem medo de algo ou vira o rosto ou finge que passa rápido o vídeo.
Essa sombra tem poder e vibra, pois tudo vibra, e a dor ressoa num tom de equilíbrio maligno e aterrorizante. Essa energia emana uma espécie de cheiro, um odor não perceptível para nós, humanos. No entanto, a dor deixa um rastro e um aroma que apenas abutres ou seres espectros metafísicos têm o poder de seguir, guiados por esse odor.
Sendo assim, as nadis que vascularizam o corpo sutil entram em estado de vibração desordenada e, devido à energia vibracional ruim, densa e pesada, é como acontece no nosso corpo: as veias e o sangue se assidificam. Com isso, o corpo aos poucos vai entupindo veias de forma passiva e devagar, solidificando-as, e com o tempo, rompem-se na cabeça, causando um derrame ou AVC. Nas nadis, não é diferente, afinal, o que está em cima é como o que está em baixo.
No entanto, essa energia nas nadis torna o corpo irritado e violento, refletindo-se na mente. O resultado é visível na sociedade, onde muitas pessoas parecem desequilibradas, incapazes de manter a harmonia interior. Isso é especialmente evidente nos seres espectros, que vivem como cães raivosos, detectando e respondendo a essa energia negativa. É comparável à forma como o sangue pode atrair hienas; da mesma maneira, os espectros se encontram nos açougues e próximos àqueles que consomem carne. Sua percepção não se assemelha à dos fúteis religiosos; eles não veem, ouvem ou pensam como os humanos.

Esses espectros vivem e se aglomeram aos milhares perto do fedor de morte, especialmente em locais como açougues e eventos de consumo de carne. Em tempos de guerra e campos de batalha, sua presença aumenta, alimentando-se do ódio e causando mais mortes. Posteriormente, eles pairam sobre os corpos, participando do processo de decomposição. Como Pitágoras afirmou, eles se alimentam da dor, e o odor resultante desse processo os conduz a lugares onde há carnívoros, perpetuando o ciclo de morte.
Esses seres espectros rastreiam pessoas por meio de algo semelhante ao olfato, uma espécie de antena como morcegos possuem, que é acionada pelo cheiro de sangue podre. Desenvolvem uma sensibilidade ao tipo de DNA que mais lhes agrada e às pessoas que melhor podem alimentá-los. Identificam padrões de comportamento violento, envolvimento em pornografia, sede de poder e autopoder. Essa peculiar habilidade, adquirida ao longo do tempo, destaca a natureza única desses seres e o impacto direto que têm naqueles que emanam esse cheiro de morte.
Olhe só, sobre esse odor, animais hoje sentem cheiro de adrenalina. Olhe o poder da dor e morte. Consulte sobre adrenocromo. Ela é real, seja causada por ficcionistas da teoria da conspiração ou por ser uma adrenalina de laboratório. Não importa, ela dá vida, e o corpo se regenera, ficando mais novo. Assim, quando uma pessoa come carne, tem o mesmo princípio. Por isso, a carne é tão poderosa, e ela carrega esse odor.

A nossa concepção de alma é medieval e foi desenvolvida por Tomás de Aquino, utilizando Aristóteles. Tenho uma especialização em tomismo, mas agora questiono a credibilidade do que é alma, segundo a crença estabelecida em concílios da igreja. Acredita-se que a alma nasce com o corpo quando nascemos, doutrina da “infusão da alma”.
No entanto, o panteísmo traz à tona a ideia de que, segundo culturas antigas, incluindo a de Jesus, a alma é anterior a toda matéria e apenas troca de corpos. Não estou me referindo à reencarnação conforme a visão infantil espírita de Kardec, pois isso é algo ocidental e moderno.
Estou falando da metempsicose, um conceito de reencarnação que permeou o mundo antigo por milênios, inclusive persistindo no oriente. Sobre essa defesa, consulte Porfírio, o filósofo que possui um tratado sobre vegetarianismo.
Sim, os animais têm alma, mas não conforme a nossa ignorância. Segundo essa perspectiva da metempsicose, essa alma animal já teve inúmeras vidas, reencarnando milhões de vezes aqui. Pneuma, a energia vital, é algo que nunca morre ou se desfaz. Não estou falando de algo semelhante a nós, com ego, desejos e amores, pois isso é uma visão ocidental imediatista e ignorante. Eles têm alma, sim, mas isso está gradualmente sendo compreendido. Não posso resumir um livro de 300 páginas aqui.

Resistência à Mudança: A parábola destaca como as pessoas podem resistir a ideias novas simplesmente porque não têm experiência prévia com elas. Por isso, digo que não podemos julgar alguém que come carne. Essas pessoas não entendem a hiper sensibilidade com a dor dos animais que um vegano ou vegetariano experimenta diariamente em casa, com parentes, ou em um shopping.
Então, é isso que a alegoria da cidade dos cegos nos apresenta. Infelizmente, as pessoas que nunca sentiram em seu ser essa sensação de dor dos animais vão morrer apáticas e imunes a isso, e essa é a grande divisora de águas: a morte onde as almas esquecem no pós-morte de tudo é como um nascimento; aqui não lembramos de nada. Esse é um dos pecados que o ato de comer carne causa e, se quer damos fé, mas as escolas de ocultismo e Jesus nos dizem o que se passa depois de mortos e de como a alma vaga. Mas, para abordar esse tema de forma mais aprofundada, só terei no livro.
Importância da Empatia: A incapacidade dos cegos de compreender a visão destaca a necessidade de empatia. A parábola sugere que, ao tentarmos entender as experiências dos outros, podemos superar barreiras e construir conexões significativas.
Levando isso em consideração, a importância de um vegetariano reside na sensibilidade de reconhecer um animal como um ser semelhante. Ao cultivar empatia, os vegetarianos podem estabelecer uma conexão mais profunda com a experiência dos animais, promovendo uma abordagem mais compassiva e ética em relação à alimentação e à interação com o mundo animal.

A segunda lei hermética afirma: “Assim como em cima, é embaixo.” Podemos aplicar essa lei à alegoria de Platão no livro 5, quando ele menciona a caverna. Como podemos justificar, sob essa lei, o ato de comer seres que possuem alma? É ainda mais impactante quando vemos pessoas que se autodenominam espiritualistas, como gurus de astrologia, numerologia, tarologia, pastores, profetas, padres.
Como pode alguém se tornar um referencial em espiritualidade ao consumir outro ser vivo? Aqueles que se alimentam de morte e dor refletem apenas isso, vibrando em frequência desigual a um vegetariano. Isso é algo lógico; por isso, um vegetariano não entende como as pessoas não se percebem dessa sensibilidade.
A vibração e as sombras cegam as pessoas que se alimentam de dor e sofrimento. Portanto, as pessoas vegetarianas e carnívoras andam descompensadas espiritualmente. Daí, jamais se iluda com líderes religiosos carnívoros; seus interesses serão sempre outros, e não adianta querer converter alguém ao vegetarianismo. Somente ao despertar para uma espiritualidade séria e real abrirá essa possibilidade, e isso não é coisa de religiosos.
A lei hermética está em tudo, desde o número de ouro em nosso DNA até nas cartas do tarô. Observe a carta do mago: verá em seus desenhos, sejam quais forem, ele sempre estará com uma mão para baixo e outra para cima. Isso é facilmente percebido nas iconografias sacras, como no quadro representando todos os filósofos na Escola de Atenas, onde Platão é o centro de toda referência, seus dedos apontando para cima, enquanto Aristóteles aponta para baixo. Todos têm como referência Pitágoras, e, a seu exemplo, todos os filósofos sempre foram veganos, assim como Jesus.

Essa lei diz, entre muitas coisas, que não se pode permitir que um corpo astral se alimente de energia densa e sombras de morte e sofrimento, pois isso não pode existir em duas instâncias, tanto acima quanto abaixo. Se embaixo persiste a perpetuação desse padrão, o corpo etéreo será o mais prejudicado.
A magia permeia tudo, e quando Pitágoras diz que “enquanto os homens massacrarem animais, se matarão uns aos outros“, isso se cumpre como profecia até nossos dias. Religiosos carnívoros ambiciosos, seja de qual ordem for, envolvidos com a morte nunca vibrarão como um vegetariano. Este último não carrega sobre suas costas seres espectros que se alimentam de dor, raiva, angústia, medo, tudo que os animais exalam em suas horas finais, e que se alojam, querendo ou não, acreditando em sua carne. Lembre-se das nadis, elas são receptáculos para essas energias densas. Os animais também as possuem.
Até hoje, há evangélicos que afirmam fazer o que fazem em nome de Deus, e se tornam violentos, até mesmo o mais dócil em sua família, creio que já percebeu isso. Eles são movidos pela crença limitante e farão o inimaginável para defender suas crenças e os ditames de seus líderes.
Esse tipo de assunto tende a magoar pessoas que são menos esclarecidas e têm a questão da aceitação. Muitos pensam: “Não vou parar de comer e saborear a vida por conta dessa historinha de louco.” Mas seja coerente e perceba que o que trago é somente a base das antigas escolas de ocultismo.

Todas as escolas eram e pensavam como comecei a te mostrar. Nada aqui é meu, apenas reli essas escolas e seus textos.
Se quiser se aprofundar mais sobre o tema espiritualidade e vegetarianismo, pesquisando, vai perceber que meu livro é único no gênero, somando-se somente a outro livreto da Sociedade Teosófica. O meu está completo na sua forma digital e, se quiser, na forma impressa. Trata-se de uma obra com 300 páginas, onde você viajará por esse mundo e lhe apresento a mãe de toda essa forma de pensamento: a Cabala Cristã. Sou um mestre cabalista cristão.
“No vegetarianismo, mergulhamos nas profundezas místicas da existência, onde a renúncia à carne se torna um ato de transcendência espiritual, entrelaçando nossa jornada com os segredos ocultos do universo.”

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