Perca o medo da morte?

A morte é uma bênção ou uma maldição? A frase em latim ‘Memento mori’ (Lembre-se de que você vai morrer) é um lembrete que aciona o subconsciente, e a pessoa não vive como se não existisse amanhã. É assim que Roma diz para se viver o hoje.

“O sábio aprende a arte da morte, reconhecendo que ela é o epílogo de uma vida bem vivida.” – Sêneca


Uma pessoa inteligente constrói pontes.

É isso que estou proposto a lhe ensinar, e na morte será somente outro momento, e não um desafio ou um desespero.

Essa frase (‘Memento mori’) existia estampada nas ruas, casas, teatros, em todo lugar que se andasse em Roma, afinal, seu imperador Marco Aurélio, sendo um epicurista, dizia que ‘Mors ultima linea rerum est’ – a morte deve ser a conselheira.

Não existe o medo da morte, mas sim o medo da vida, quando fugimos do porquê nascemos e nosso destino. Fingimos que certas coisas, como se espiritualizar, não são para mim.

Isso é fugir e medo da vida, porque isso desgasta e dói, é cansativo e dá muito mais trabalho do que o de ficar rico, famoso ou ser muito importante. Algo que sua conquista demanda mais do que essas reles interpretações. O que seria conquista?

Não pense em se espiritualizar como ir a uma igreja e ouvir alguém menos informado e preparado falar de um Deus que ele imagina existir. Espiritualidade é desgastante e demanda estudo intensivo.

Não pense em vídeos do YouTube, meros artigos ou mesmo uns poucos livros. Está além, é sim algo uma conquista digna de ser alcançada. Ela é superdesvalorizada quando deveria ser o contrário. Daí se confunde muita coisa nas redes, que não passam de besteirol com espiritualidade.

Mas como valorizar a morte? Simples: valorizando a vida. Ser ou ter? O que posso construir em mim que vencerá a morte?

Conhecimento, mas um em especial, Gnosis” (γνῶσις). Daí se colocar de frente com a morte e a vencerá, certeza! Vamos a uma historinha; eu gosto de iniciar assim:

Gnose: Além das Fronteiras do Intelecto

Nesta odisseia transcendental, a gnose revela-se como uma jornada para além da mente, mergulhando nas profundezas da alma. A busca apaixonada pela verdade espiritual se desdobra em uma experiência direta que toca as fibras mais íntimas do coração. É uma viagem de descobertas que transforma a existência, uma dança emocional entre o ser e o divino, onde a luz da verdade se manifesta com sutileza e reverência.

“A gnose, semente do conhecimento, germina em vidas, florescendo em transformação e iluminando a essência do ser. “Mestre Aquila

A morte deve ser a conselheira! (Mors ultima linea rerum est)

Havia uma vez um sábio ancião chamado Áquila, cuja sabedoria e conhecimento transcendiam os limites do comum.

No entardecer de sua vida, ele decidiu enfrentar a própria morte, não com medo, mas com a intenção de desvendar o mistério além da vida.

Áquila, com seus olhos centenários cheios de experiência, começou a tecer uma tapeçaria única de suas memórias e aprendizados.

Ele sabia que a morte era inevitável, mas a maneira como ele a enfrentaria seria à sua maneira, não à dela. Isso completaria sua jornada extraordinária.

Concentrando-se em seus anos de profundos estudos e descobertas, Áquila reuniu artefatos mágicos de suas aventuras, que não eram simples objetos, mas conhecimentos antigos(Gnosis” (γνῶσις). Transmitidos por seres tão poderosos quanto a própria Morte.

Eram segredos ocultos das escolas de ocultismo dos primeiros discípulos de Jesus, um entendimento profundo da Cabala Cristã, encontrados em cavernas esquecidas por 2000 anos, onde o tempo não teve o poder de destruir, graças a esses seres.

Ele usou esses elementos para criar uma mandala com mantras especiais, que não apenas representava sua vida, mas continha a essência dessa sabedoria proibida e das verdades ocultas.

Esse poder, brilhando como estrelas dançantes, tornou-se a manifestação física dos mistérios que haviam sido confiados a Áquila pelos seres de conhecimento ancestral.

Quando a Morte se aproximou e o cercou com uma doença na cabeça que o perturbou e quase o deixou doido por quase cinco anos, as noites viraram infernos em vida.

Durante essas noites, por muitas vezes, ele teve combates terríveis com a vida e a morte, sempre assistido por demônios que pessoalmente, hora e outra, debatiam e apareciam a ele, dizendo-lhe para que existiam.

Isso se tornou uma forma constante em muitas noites, nunca deixando de esclarecer para ele retirar a própria vida.

Áquila emanou todas as noites a mandala como um presente sagrado, uma oferenda contendo a própria essência do conhecimento transcendental que havia adquirido.

Surpresa e intrigada, a Morte aceitou a dádiva, percebendo que estava diante de algo mais do que uma simples vida.

Em um sussurro suave, Áquila compartilhou o mistério escondido: um conhecimento transmitido por seres tão poderosos quanto a própria Morte, oriundo das tradições ocultas dos primeiros seguidores de Jesus.

Ele havia aprendido a negociar com o destino, a arte de influenciar os fios da existência, e a Morte, respeitando a profundidade desse entendimento, concedeu-lhe uma escolha.

A Morte, impressionada com o conhecimento de Áquila, decidiu não levá-lo naquele momento. Em vez disso, ofereceu-lhe a escolha de permanecer neste mundo por mais algum tempo ou seguir para o além quando estivesse pronto.

Áquila, grato pela segunda chance, escolheu compartilhar sua sabedoria com as gerações futuras.

Ele se tornou um mentor para aqueles que buscavam conhecimento, tornando-se uma lenda viva que continuava a inspirar mesmo após sua passagem.

Assim, Áquila encontrou uma maneira única e criativa de enganar a morte, usando a riqueza de sua vida e os mistérios transmitidos por seres tão poderosos quanto a própria Morte.

Como estar pronto para morrer e fazer a passagem?

“Estar pronto para morrer é abraçar a vida plenamente, construindo memórias que resistirão ao teste do tempo e ecoarão na eternidade.”-Mestre aquila

Mas as pessoas não têm medo da morte, mas sim do que a precede, como o sofrimento, principalmente em nosso dia a dia. Devido à via de informação, pense no almoço: as pessoas assistem televisão e reportagens mostram pessoas sofrendo em hospitais, o que ataca diretamente o subconsciente, causando estragos.

Um livro que aborda experiências de pessoas que compartilham seus pensamentos antes de morrer e suas percepções sobre a morte pode ser “The Five Invitations: Discovering What Death Can Teach Us About Living Fully” de Frank Ostaseski. Este livro explora as lições com a morte iminente e as reflexões das pessoas durante esse processo.

Eles todos sempre falam a mesma coisa: viver mais e viajar, aproveitar mais a vida, como se o que viveram fosse insuficiente, e todos morrem incompletos.

Aí está a chave: a morte. Quem está completo não quer adiar nada; pelo contrário, quando chega o tempo, está mais que pronto. Não foi isso que o apóstolo disse: “Combati o bom combate“.

Sei o que mais ocorre e até diz, por exemplo, quando se excede ao beber muito, come muita besteira e vive de forma desregrada, dizendo: “Não importa, todos vamos morrer”. Até zomba de pessoas que passam a vida comendo de forma controlada, praticando esportes e cuidando da saúde em geral. Desdenhar assim é comum, visto em quase peso da população.

No entanto, percebo que a todo momento vejo pessoas lotando hospitais e tendo uma vida de sofrimento, ficando acamadas e sendo carregadas. Isso é se entregar à morte, não lutar contra ela.

Como diz um guerreiro: “Vai cair, mas será atirando”. Assim pergunto a você: é um guerreiro?

Combati o bom combate. “ἀγῶνα ἠγώνισμαι τὸν καλὸν ἠγώνα”

“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.”-Apóstolo Paulo

Vemos hoje a imunda política e seus líderes mentalmente deformados citando essa frase de Paulo, que a diz porque está à beira da morte: “Combati o bom combate”. A frase é encontrada no Novo Testamento, na segunda carta de Paulo a Timóteo, capítulo 4, versículo 7.

Quanto mais materialistas as pessoas são, mais cegas e menos lúcidas ficam diante da morte. À medida que se aproximam desse inevitável destino, a situação piora, especialmente quando o momento é percebido como iminente.

Curiosamente, é nesse exato instante que qualquer pessoa aceita, de fato, que irá morrer. Antes, ela nunca deu real importância à morte e, para além do pós-morte, se houver.

O desespero mental desencadeia poderosos níveis de estresse, intoxicando a consciência. A fuga da segurança da vida e o medo, como uma adrenalina poderosa, tomam conta do cérebro, que perde o controle, causando danos significativos.

A mente fica perturbada, descontrolada, incapaz de manter pensamentos vivos e serenos. Há apenas desconforto mental, e o corpo reage como o de um animal indo ao abate, rígido, nervoso, com contrações poderosas que só a própria pessoa é capaz de identificar devido à intensidade.

A alienação mental se estabelece de forma excessiva; mente e cérebro deixam de responder adequadamente devido à tensão da descoberta iminente da morte.

Isso é algo que acontecerá com todos, exceto aqueles que são surpreendidos, como em acidentes de trânsito, mas mesmo assim, em um segundo, a experiência de rever toda a vida transforma esse curto período em uma eternidade.

A consciência não consegue confrontar o fato de fuga, sabe que não pode adiar ou fugir; ela, enfim, se vê derrotada. Vê-se a diferença do mestre da história que escolhe como vai morrer.

Não tem como se esquivar; o que resta é dor e muito sofrimento, mesmo fazendo-se de sereno para não desesperar os entes queridos. Sem opção, a pessoa descobre que não tem como voltar atrás e ter outra chance.

Daí, eu entrego este artigo a ti, prevenindo e mostrando o caminho da boa e merecida morte.

Só na morte as coisas ficam claras, e você entende o que realmente poderia ter realizado em vida.

Arrependimento: Não é uma Passagem para Voltar Atrás.

“O arrependimento é o único veneno mortal para o qual não se encontra antídoto.”-Albert Camus

Se fosse, tal desejo de voltar a ser jovem seria bom, mas não funciona só querer algo.

Como seria bom desejar não envelhecer ou voltar no tempo e ter um corpo mais jovem. Seria bom, mas não é possível.

Arrependimento não significa que se soluciona algo, mas sim que reconhece que fez besteira e não tem volta. Assim é também na hora da morte, como já escrevi, tem um peso terrível.

E nesse momento, nada material tem valor ou terá para você como tem agora. No mínimo, equilibre valores agora e não se arrependa depois.

Deixar de viver o bom da vida não impede de ser o que nasceu para ser. E se preparar para morrer não tem nada a ver com se perder ou jogar tudo para o alto. Pessoas que fazem isso saibam que não entenderam nada.

Antes de continuarmos, reflita: qual a diferença de uma pessoa que vive 50 anos para uma que vive 300? Nenhuma.

A Bíblia fala de homens que viveram mais que isso, e sabemos que hoje se morre com uma média de 70 anos. Se no futuro aumentar para 200 anos de vida, não fará diferença; o momento da morte será como é hoje. Não são os anos de vida que importam, mas sim como se vive.

Os ocultistas sempre usaram a morte como conselheira.

“A vida não me deve nada” -Caio Fernando Abreu.

Árdua lição que devemos aprender: uma das cartas mais importantes do tarô é a carta da morte.

Os esotéricos a leem como simbolizando renascimento, mas não seja inocente a ponto de se deixar levar por essas infantilidades. A carta e seu significado dependem do contexto e quase sempre falam, sim, de morte em sua forma literal.

Entendê-la deve levar o ocultista a buscar textos míticos milenares que existem há mais de 7000 anos sob a face da terra, como o “Mahabharata”,महाभारत. “. Esse épico trata de algo inusitado: um guerreiro mata a morte. Como fazer isso? Fica a reflexão.

Para entender esse conceito de transcender a morte, encontramos muitos outros textos em escolas de ocultismo milenares, todos em línguas mortas antigas. Sua tradução sempre está mascarada, mas é um fato que a verdadeira essência só é compreendida por um exegeta.

Infelizmente, não temos espaço aqui para uma leitura aprofundada da “Carta da Morte”, pois demandaria uma extensão considerável. No entanto, considere conhecer uma trilogia que escrevo sobre tarô, onde o leitor terá a oportunidade de utilizá-las de forma pessoal e única.

Ressalto que há ensinamentos no tarô, representados pelos 22 caminhos da Cabalá ou Árvore da Vida, que verdadeiramente podem te orientar a superar e transcender a morte. Conheça. também a Cabala Cristã.

Viver e Morrer na Luz da Consciência

“A existência precede a essência.”-Jean-Paul Sartre

Vamos entender a realidade. Como você vê a vida hoje refletirá em como enfrentará a morte amanhã, mas não se autoengane. Se autoiludir não resolve o medo e não paga a conta.

Vamos lá. Só uma pessoa inocente nos dias atuais, com tanta informação, e isso serve para mentes ignorantes, se faz de desentendido quando um médico diz que tem câncer com metástase; imediatamente, vai correndo para a religião.

Dores extremas exigem medidas extremas, e para a morte, de frente com ela, não há milagre de esquina. Aprenda a viver como deverá morrer, de cabeça erguida, sabendo dominar seu destino, ciente dos erros sem arrependimentos vazios e medos infantis.

Afinal, querendo ou não, o destino de uma metástase é consumir, e a pessoa morrerá à base de morfina em um hospital. A diferença está dentro de cada um: uma mente forte, uma consciência expandida, um cérebro dominado sem desesperos e vãs pretensões miraculosas. Com certeza, terá uma sobrevida de um nível consciente expandido, só precisa se concentrar e esperar, pois sabe para onde vai, não importa a forma da morte.

Teve um caso de uma pessoa conhecida que tinha tanto amor à vida que se recusava a morrer com câncer nos ossos, chegando a experimentar eventos de vomitar fezes. Porém, seu desejo prendia sua alma ao corpo, e o corpo só lhe trazia dores insuportáveis.

Outro caso serve para aqueles que amam e desejam saber liberar o corpo da vida, aceitando isso da maneira menos dolorosa.

Eu, por exemplo, com minha mãe que sofria muito com sua doença, um dia simplesmente lhe perguntei: “Mãe, quer ir embora agora? Quer descansar?” Ela fez com a cabeça o gesto de sim, e uma semana depois estávamos a enterrando. Saber quando ir.

Não tenha medo do outro lado; essa incerteza é que nos prende a essa vida, esse medo que nos diz para não aprender sobre Deus. Daí, as pessoas ficam presas a um Deus materialista da cultura.

Esse Deus, ele é dono desse medo. Livre-se dele, do seu entendimento dele; se conheça, conheça o verdadeiro Deus, e saberá que o que espera depende de níveis de energias em que vibrará depois de morrer.

Saiba, cresça agora para entrar numa frequência vibratória condizente com o melhor que possa encontrar do outro lado da vida biológica, a nova vida e o novo mundo.

Por ter passado por ele inúmeras vezes, por isso o teme, está aterrorizado por ele. Sabe e foge quando é confrontado em aprender como ele funciona, pois conhece os meandros deste mundo. Já o viveu tanto que tem medo. Não tenha. Viva uma nova oportunidade, aproveite, cresça, e morrerá consciente de para onde irá.

Não tenha medo da morte!

“Não devemos temer a morte, pois enquanto existimos, a morte não está presente, e quando a morte está presente, nós não existimos.” – Epicuro

Enfrente-a como enfrenta qualquer problema, disposto a resolver e retirar experiências que têm o poder de te engrandecer. A morte é apenas outra inimiga e nada mais.

Sabendo lidar com ela e conhecendo-a, você se surpreenderá com o seu poder. Basta conhecer ensinamentos ocultistas milenares, e terá poder sobre o seu ego, o seu eu, sobre o mundo e a morte.

Se houver dúvida, conheça a Cabala, mas vá a fundo, passe pelos seus princípios. Neles, vencerá a cosmovisão cultural e rasteira que tem de Deus, Jesus e religião.

Libertando-se das algemas que prendem a essas coisas, terá poder sobre você mesmo e será livre e sozinho, sem depender de ninguém. Reconhecerá a verdadeira essência de suas forças, que estão muito além desta vida da qual tem tanto medo de deixar.

Assim, passará de uma preocupação com a hora da morte para uma expectativa de que ela venha.

Lhe apresento a morte da morte no Mahabharata.

Envelheça com dignidade, morra com dignidade e agora aprenda a viver com dignidade.

“Morra como um herói indo para casa.” – Swami Vivekananda

O entendimento real da morte está intimamente ligado à sua cosmovisão pessoal, à forma como você enxerga a vida e às expectativas que tem sobre a morte. São as mesmas que tem da vida: viver intensamente.

E isso, você acredita, o que não é verdade. Que a morte tem o poder de acabar tudo. Te digo que, pelo contrário, aprenda a viver intensamente. Não na visão grotesca e ignorante da cultura, e digo mesmo, serve para a religiosa.

E aprendendo, vai morrer do mesmo jeito, enfrentando a morte e que sentido isso fará adiante, toda.

A maneira como você encara seus últimos momentos, se com medo ou ansioso, dependerá do seu esclarecimento sobre o que realmente é a morte agora.

Para isso, não há opção senão desvendar os escritos de pensadores e filósofos que exploraram esse enigma, mas deixaram esse conhecimento nas entrelinhas de suas obras. Daí a necessidade de desvendê-los.

É crucial não ignorar ou evitar reflexões sobre a morte, pois fazer isso não a faz desaparecer. Torna-se essencial relacionar-se com ela, compreendê-la e até mesmo superá-la.

Desvendar mistérios, como os encontrados no Mahabharata, o mais antigo épico da humanidade, nos ensina que estamos em uma batalha, e devemos incorporar a mentalidade de um guerreiro que transcende a morte.

Você precisa compreender que é preciso vencer a morte agora e se destacar dos demais. Isso fará toda a diferença para o restante da sua vida e determinará como você a experimentará.

A verdadeira vitória sobre a morte ocorre durante a vida, não no seu final.

Existem ciclos e padrões a serem seguidos, com crescimento mental e expansão da consciência a serem conquistados. Não é um passe de mágica como alguns religiosos tentam impor.

Se não acreditar, viva de acordo com essa crença, mas, no final, lembrar-se-á de mim e perceberá que desperdiçou um tempo crucial. O arrependimento não tem espaço para voltar atrás.

Qual é a hora certa de morrer?

O sentido da vida é a mais urgente das questões. Somos conduzidos ao ridículo quando não damos a ela, todos os dias, a resposta de um ato claro e eficaz.” – Albert Camus

Seria óbvio no momento em que você estivesse pronto, mas as pessoas raramente estão verdadeiramente preparadas ao passarem para outro ciclo de existência. Muitas partem despreparadas, frágeis e isoladas, enfrentando um novo mundo de maneira desafiadora.

É vital nos ocuparmos disso agora para não entrarmos nesse novo estágio despreparados. Portanto, o correto é se preparar, estar pronto quando chegar o momento. A vida tem um propósito, e é a condição humana conhecer a si mesma e se estruturar, especialmente para transcender conscientemente.

Reforçando a lógica, a hora da morte deveria ser quando a pessoa estivesse pronta. No entanto, na realidade, ninguém está completamente preparado, principalmente na visão ocidental, que é mais materialista e tem uma tendência a evitar o confronto com a finitude.

Em contraste, nas tradições orientais, especialmente entre sábios, a preparação para viver e morrer intensamente é uma prática comum. Isso pode ser observado, por exemplo, nas pessoas idosas que vão ao rio Ganges na Índia para completar seu ciclo de vida. Os jainistas oferecem um exemplo, não de terrorismo suicida, mas de desapego racional, que deve ser compreendido à luz da consciência e da cosmovisão dos antigos.

Saiba que nada que realmente é seu será tirado de você. Assim, a morte só pode retirar o que nunca foi verdadeiramente seu: um amor, uma profissão, bens materiais. O que você é, verdadeiramente seu, permanece intocado pela morte.

Ela não retira quem você realmente é! Se não acredita e pensa que a morte leva tudo, reflita sobre as palavras do homem mais importante que o mundo conheceu, o imperador Marco Aurélio. Sob seu comando, todo o mundo antigo viu que nenhum homem superou ou superará essa verdade.

Como epicurista, ele diz que há duas possibilidades: pode haver algo após a morte. E a segunda, se não houver, oferece apenas uma oportunidade de ter uma vida, aproveite-a, tenha valores, se conheça. O prêmio que buscamos é simples: realizações, e estas não são materiais, mas.

Como perder o medo da morte?

“Só a consciência da morte pode capacitar-nos a viver verdadeiramente.” – Deepak Chopra

Na busca pela verdadeira essência, valores profundos e complexos devem ser almejados, não os superficiais. Conquistar a própria natureza não é uma dádiva; é uma jornada de conquistas. Não se deve trocar a humanidade interior por realizações materiais, pois o que permanece é a autenticidade, enquanto o material permanece aqui.

Que a morte nos encontre em serenidade, pois a recordação de uma vida normal é tranquila, ao passo que uma vida tumultuada apressa o seu encontro conosco. É essencial compreender pelo que se está lutando. Sem essa clareza, continue vivendo por aquilo que o impulsiona, e, posteriormente, não se amargure ao recordar deste texto.

O arrependimento é efêmero, apenas um termo. Tenha, como exemplo, encontros com experiências emocionais em vida. Seja mais compassivo com o próximo, explore conceitos como o vegetarianismo e o verdadeiro amor pelos animais, em contraste com a superficialidade ocidental que diz amar animais, mas os consome diariamente para satisfazer desejos momentâneos.

Após a morte, a consciência se refugia na porção restante da mente, que está ligada à Terra e à materialidade.

“A consciência transcende a morte, residindo na porção remanescente da mente, onde ancora sua ligação com a essência terrena e a materialidade que um dia habitou.”- Mestre Aquila

No entanto, esse plano mental metafísico do planeta possui diferentes graus, associados aos instintos humanos. Se alguém viveu uma vida materialista, descansará nesse nível; se viveu uma vida elevada, certamente repousará em um plano mais elevado. Isso transcende qualquer filosofia pós-morte ou pós-vida, sendo uma questão de identidade da mente.

Assim, a mente não pode encontrar um lugar incompatível com o que construiu. Isso é válido para todos, independentemente de serem ateus ou religiosos. Daí o medo que invade a mente nos momentos finais da vida.

A morte deve ser conquistada de forma digna, encarada de pé e sem lágrimas por partir, mas sim com orgulho por tê-la vencido. Se não existe nada após a morte, aproveite esta vida para ser o melhor possível, honrando seu nome e sendo digno dos que vieram antes de você e dos que virão depois. Isso é legado, mas é preciso aprender sobre a morte assim como se aprende a viver.

O problema está nas pessoas que veem a morte como um evento singular, surpreendente ou específico, quando, na verdade, ela ocorre a cada dia. Desde o nascimento, começamos a morrer, seja sábio, ignorante ou imbecil. Sêneca, um dos maiores pensadores, disse que ‘não é o último grão de areia que esvazia a ampulheta, mas sim que ela se esvazia ao longo de todo o tempo.

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Aquila

Mestre cabalista cristão, cientista (exegeta) de línguas mortas. Neste blog, utilizando o grego koiné, desmembrarei textos apócrifos e ortodoxos cristãos, e também farei uso do sânscrito para explorar textos védicos, como por exemplo a Bhagavad Gita. Prepare-se para uma jornada que desafia sua mente e remodela sua estrutura de conhecimento em relação às crenças limitantes.